Campinas confirma quarto caso de febre amarela em 2025; homem foi curado
25/03/2025
(Foto: Reprodução) Jovem de 24 anos, sem comprovante de vacinação contra a doença, chegou a ficar internado em hospital de Campinas. O mosquito Haemagogus leucocelaneaus, exclusivo de matas e ambientes silvestres, é vetor de febre amarela silvestre
Josué Damacena/IOC/Fiocruz
A Secretaria de Saúde de Campinas (SP) confirmou nesta terça-feira (25) o quarto caso de febre amarela na metrópole em 2025. O paciente, um homem de 24 anos sem registro de vacinação contra a doença, apresentou os primeiros sintomas em 18 de fevereiro e foi internado no dia 22 do mesmo mês. Ele recebeu alta após evolução para cura.
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O local provável de infecção não foi determinado. O paciente relatou deslocamentos para áreas rurais de Joaquim Egídio e cidades vizinhas, regiões classificadas como de risco para a transmissão do vírus. O diagnóstico foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz.
Além desse caso, um terceiro macaco foi encontrado morto com teste positivo para febre amarela. O animal foi recolhido em 3 de março em uma área de mata de Sousas, próximo ao Rio Atibaia, onde já havia sido registrada outra morte de macaco pela doença.
Outros casos
Segundo a Prefeitura de Campinas, o primeiro caso de febre amarela foi de um homem de 39 anos, morador da zona rural de Sousas, que morreu em 3 de fevereiro após ser internado em Jaguariúna, sem registro de vacinação.
O segundo caso foi de um homem de 55 anos, que frequentava Sousas, ficou internado em um hospital particular, se recuperou e recebeu alta em 4 de fevereiro.
Neste ano, três macacos mortos testaram positivo para a doença: um na região do Carlos Gomes, em 20 de janeiro, e dois em uma área de mata em Sousas, perto do Rio Atibaia, entre fevereiro e março.
Embora não transmitam a febre amarela, esses animais indicam a circulação do vírus, já que raramente sobrevivem quando infectados.
Quem deve se vacinar contra a doença?
Ainda de acordo com a Prefeitura, a orientação é para que todos os moradores da cidade a partir de 9 meses de idade que ainda não receberam a dose compareçam aos Centros de Saúde (CSs) para serem imunizados.
"Vale destacar, porém, que a vacinação é seletiva, ou seja, as pessoas a partir de 5 anos que já tomaram uma dose ao longo da vida não precisam receber outra", frisou a administração municipal, em nota.
Confira como trabalho do Instituto Adolfo Lutz ajuda a evitar novo surto de febre amarela
O que é a febre amarela?
A febre amarela é uma doença não contagiosa transmitida por, pelo menos, três tipos de mosquito:
Na área silvestre, Haemagogus e Sabethes são os dois transmissores da doença e eles têm os primatas como principais hospedeiros, ou seja, infectam os macacos por meio da picada.
Na área urbana, o mosquito transmissor é o Aedes aegypti, o mesmo que também causa doenças como dengue, zika e chikungunya. A febre amarela também é transmitida pela picada do inseto com o vírus.
De acordo com o Ministério da Saúde, ela é uma doença infecciosa febril aguda, de evolução rápida e gravidade variável, mas que pode ser evitada por meio da vacina.
A doença é bem parecida com a dengue e provoca dor de cabeça, febre, dor no corpo e dor atrás do olhos, mas é muito mais letal, segundo o infectologista da USP, Fernando Belíssimo Rodrigues.
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